"É o que chamamos de efeito do trabalhador adicional – gente que estava fora do mercado e vai à luta em busca de aumentar a renda da casa", diz Neri. "Com isso, a taxa da participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu 5,5%, enquanto a dos homens teve uma leve queda", acrescenta.
Outro fator, observa Neri, é a escolaridade. As mulheres têm, em média, mais de um ano e meio de estudo a mais do que os homens. Com isso, a relação salário-hora por anos de estudo, embora tenha recuado para todos, caiu menos para mulheres.
"As mulheres são um grupo excluído que têm o ativo da educação – diferentemente de outros grupos, como analfabetos. E a crise, apesar de ter castigado a todos, castigou menos os escolarizados", conclui.